Sabe aquela dor de barriga sem vergonha que ataca na
surdina, na maior covardia? Então, fui vítima dela na manhã do terceiro dia.
Estava eu na estação ferroviária aguardando o trem que faria
o passeio pela serra até a cidadezinha de Morretes, quando de súbito, fui
surpreendido por uma inquietação intestinal violentíssima as quase 7h da manhã,
horário em que o trem partiria. O único banheiro disponível para atender
centenas de cagões de última hora não estava tão disponível assim quando o
requisitei.
Por um instante acreditei que o ambiente fosse algum tipo de
relíquia social antepassada mantida em estado natural aberta ao público ou uma
simples e antiguíssima latrina mal adaptada aos tempos de hoje, mas não, era o
banheiro que a estação oferecia mesmo. O ambiente de no máximo 4m² contava
apenas com uma pia mequetrefe com torneiras sem água, um mictório coletivo mal
localizado e com duas cabines se deteriorando que por sinal estavam ocupadas no
momento em que eu mais precisava delas, mas no primeiro sinal de
disponibilidade, de súbito me adentrei e ali me entreguei às forças da
natureza.
Minha sorte ao me libertar da “masmorra” foi que eu me
adentrei a ela com um copo d’água que saciava minha sede minutos antes, assim,
pude ao sair lavar minhas mãos na pia que não me beneficiava com esse direito e
no limite do tempo pegar o trem.
Saí acreditando piamente que aquele banheiro decadente era o
pior que já havia visto e que viria a ver na vida, mas, essa crença caiu por
terra quando entrei no da estação de Morretes.
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